Lágrimas banham meus olhos.
Desmontam a máscara grega da comédia, que uso para disfarçar as feridas de minha alma.
Levam para fora de mim, as tristezas, as angustias e peso de tantos anos de sobressaltos.
Evaporam sobre o rosto, aliviando minhas desesperanças.
Aliviam meu corpo tenso, cansado, moido de tantas lutas.
Desnudam meus sentimentos trancafiados.
Livram-me dos grilhões apertados do sofrimento.
Mostram ao mundo meu verdadeiro ser, sem caricaturas, em carne viva.
Expõe o meu Eu a uma prova de fogo, onde o vilão e o mocinho são apenas um personagem; onde o nascente e o poente se encontram, numa batalha ferrenha; onde os sonhos e pesadelos se confrontam mostrando um ao outro que ainda podem ir mais longe.
Libertam o meu ser de toda essa condenação.
Rasgam meu peito feito navalhas afiadas.
Esfacelam meu coração, como uma vidraça que é atingida por uma pedra.
E eu continuarei, na esperança de que até o novo raiar do sol, esteja tudo cicatrizado, reconstruído e pronto para um novo recomeço.
Lágrimas! Revelem meus sentimentos mais amargos, porque amanhã, assim como sol, meu sorriso voltará contando as minhas alegrias.
Lágrimas! Preparem minha alma para novas conquistas, novos horizontes, novas realizações.
Um dia após o outro, entre uma lágrima e um sorriso, sobrevivo, vivo, e continuo escrevendo e cursando a minha história.
Como uma Fenix, voltando das cinzas de outrora.Em um milagre, criado por Deus, que nós passamos anos tentando entender.
Um milagre chamado "VIDA".
Texto: Jonathan Augusto Peripato
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