Olhos!
Dizem que são as janelas d´ alma.
Será que revelam aos outros o meu verdadeiro EU?
Tu és meu ponto fraco e forte ao mesmo tempo.
Motivo da minha admiração e da minha frustração.
Quantas tristezas ocultas?
Quantas alegrias fostes testemunha, mesmo que em meio a uma nevoa que
nunca se dissipa?
Qual sua influência no meu pensar, no meu agir?
Qual a diferença que faz no meu ponto de vista, que não faz no ponto de
vista dos meus semelhantes?
Porque vejo e sinto o mundo de um outro prisma, que não é o mesmo das
pessoas ao meu redor?
Visão turva, cheia de fantasmas.
Como seria ver o mundo com os olhos de uma criança?
Será que ao ver uma rosa vermelha, sua cor seria mais intensa, mais
brilhante, mais apaixonante?
Será que teria a mesma importância que isso tem para mim hoje?
Será que daria tanto valor para coisas tão simples assim?
Ser que eu conseguiria ver mais belezas ou mais mazelas?
Será que essa visão que tenho é aquela que deveria ser a correta aos humanos?
Não tenho respostas.
Só sei que vejo qualidades que as próprias pessoas não veem em si
mesmas.
Vejo qualidades em mim que outros não veem.
Vejo preconceitos que as pessoas não veem ou que a hipocrisia humana insiste
em esconder.
Olhos! Se alguém me perguntasse "Qual parte de seu corpo voce mais
gosta?"; eu responderia "Os Olhos"!
Aquilo que virou minha vida do avesso.
Que me trouxe tantas limitações.
Que me trouxe um novo modo de ver e encarar a vida.
Que com suas limitações, me fez descobrir novas habidades.
Sentidos que os humanos parece que esqueceram que tem.
Audição que me faz perceber a beleza do canto de um pássaro; a calmaria
do som da uma cachoeira; o sentimento profundo de uma sinfonia; a beleza na
risada de uma criança.
Tato que me da as sensações de relevo de um objeto, do caricia na pele,
da ternura de um abraço, da brisa do mar no rosto, da palpita do coração.
O olfato que me permite sentir o cheiro de um flor, de uma delicia
culinária, do perfume de mulher.
Paladar que me da a sensação maravilhosa de saborear um chocolate, um
sorvete ou um delicioso beijo.
Todas essas outras sensações, muito mais aguçadas que as dos me
rodeiam. Sabores, cheiros, toques, sons, tudo com mais intensidade que para as
outras pessoas.
Olhos!
Verdes como uma esmeralda.
Delicados como um cristal.
Que me deixam no escuro boa parte da minha vida.
E que me trouxe à luz de uma nova contemplação do mundo.
Autor: Jonathan Augusto Peripato
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